Se eu contar para você que a minha maior dúvida, na época da faculdade, era diferenciar adjunto adnominal e complemento nominal, você vai acreditar? Pois é, realmente essa diferença era a pedra no meu sapato, mas consegui resolver essa questão com muito estudo.
Hoje estou aqui para ajudar você a entender o que é adjunto adnominal e complemento nominal. E, claro, entender a diferença entre esses termos.
ADJUNTO ADNOMINAL é um termo que acompanha substantivo (concreto ou abstrato). O adjunto adnominal pode ou não ter preposição, tem valor agente e pode indicar posse.
Os termos que podem exercer a função de adjunto adnominal são:
Pronome Adjetivo
Locução Adjetiva
Adjetivo
Numeral Adjetivo
Artigo
Obs.: Lembre-se do nome mnemônico PLANA.
COMPLEMENTO NOMINAL é um termo que acompanha substantivo abstrato, adjetivo ou advérbio, tem preposição obrigatória e tem valor paciente.
Segue um quadro para facilitar a sua vida:
ADJUNTO ADNOMINAL | COMPLEMENTO NOMINAL |
Substantivo concreto ou abstrato | Substantivo abstrato |
Pode ou não ter preposição | Adjetivo |
Tem valor agente | Advérbio |
Pode indicar posse | Preposição obrigatória |
| Tem valor paciente |
| Nunca indica posse |
Vale lembrar que substantivos abstratos são aqueles que exprimem sentimento, ação, qualidade ou estado (SAQE) e substantivos concretos são aqueles que expressam seres de existência independente. Alguns exemplos:
Substantivo concreto – mesa, homem, cachorro, uva, Brasil, chuva, fada.
Substantivo abstrato – alegria, paciência, amor, felicidade, inveja, viagem.
É preciso analisar o contexto para entender se a frase tem um substantivo concreto ou abstrato. Exemplos:
A aliança dos noivos foi levada em uma cestinha. (substantivo concreto)
Eles fizeram uma aliança tática com partidos de fora. (substantivo abstrato)
Vamos ver como tudo isso funciona na prática!
ADJUNTO ADNOMINAL
Sabendo que o adjunto adnominal é um termo que acompanha um substantivo, o primeiro passo é identificá-lo na frase. Sugiro que você sublinhe o substantivo. A partir daí, todos os termos que se referirem a ele serão adjuntos adnominais.
Exemplos:
A camisa amarela está velha.
“Camisa” é substantivo e todos os termos que se referem a ele são os adjuntos adnominais (a, amarela).
Os meus três filhos receberam um prêmio.
“Filhos” e “prêmio” são substantivos e todos os termos que se referem a eles são os adjuntos adnominais (os, meus, três / um)
O computador do aluno está com defeito.
“Computador” é substantivo e todos os termos que se referem a ele são os adjuntos adnominais (o, do aluno). Note que, nesse caso, há um valor de posse (o computador pertence ao aluno, é dele).
Atenção! Não confunda classe gramatical com função sintática. Quando falamos de adjunto adnominal, estamos nos referindo à função sintática. São duas áreas diferentes: morfologia e sintaxe.
Pegando os exemplos acima, observe o quadro abaixo:
| CLASSE GRAMATICAL (morfologia) | FUNÇÃO SINTÁTICA (sintaxe) |
a | Artigo definido | Adjunto Adnominal |
amarela | Adjetivo | Adjunto Adnominal |
os | Artigo definido | Adjunto Adnominal |
meus | Pronome possessivo | Adjunto Adnominal |
três | Numeral | Adjunto Adnominal |
um | Artigo indefinido | Adjunto Adnominal |
o | Artigo definido | Adjunto Adnominal |
do aluno | Locução Adjetiva | Adjunto Adnominal |
COMPLEMENTO NOMINAL
Sabendo que o complemento nominal é um termo que acompanha substantivo abstrato, adjetivo ou advérbio, vamos aos exemplos:
Ele fez uma rápida leitura do jornal.
“Leitura” é um substantivo abstrato e o termo que se refere a ele é um complemento nominal (do jornal).
Meu marido estava consciente de tudo.
“Consciente” é um adjetivo e o termo que se refere a ele é um complemento nominal (de tudo).
O médico mora perto do hospital.
“Perto” é um advérbio e o termo que se refere a ele é um complemento nominal (do hospital).
Obs.: Observe que a preposição é obrigatória nos complementos nominais.
A grande dificuldade em reconhecer o adjunto adnominal e o complemento nominal é quando o termo preposicionado está ligado a um substantivo abstrato.
Veja o exemplo:
O amor dos pais é imprescindível.
E agora? O termo “amor” é um substantivo abstrato, portanto o termo preposicionado “dos pais” pode ser ADN ou CN. Será mesmo?
Lembra que, no primeiro quadro, escrevi que o adjunto adnominal tem valor agente e o complemento nominal tem valor paciente? Chegou a hora de usar essas informações. Observe:
O amor dos pais é imprescindível.
Nesse exemplo, os pais amam ou são amados? Os pais amam. “Os pais” realizam a ação de amar (valor agente), portanto o termo “dos pais” é um adjunto adnominal.
O amor aos pais é imprescindível.
Nesse exemplo, os pais amam ou são amados? Os pais são amados. “Os pais” recebem amor (valor paciente), portanto o termo “dos pais” é um complemento nominal.
Em certos casos, pode haver ambiguidade na análise sintática:
A matança dos índios não pode ser esquecida.
Se interpretarmos que os índios mataram, ou seja, que eles realizaram a ação de matar, eles têm valor agente, por isso temos um adjunto adnominal.
A matança dos índios não pode ser esquecida.
Se interpretarmos que os índios foram mortos, ou seja, alguém matou os índios, eles têm valor paciente, por isso temos um complemento nominal.
DICA:
AGENTE - ADJUNTO ADNOMINNAL
PACIENTE - COMPLEMENTO NOMINAL
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